A resposta instintiva para essa pergunta seria “claro que sim, Lisi”. Mas de que forma isso irá acontecer?
Sem dúvida é uma pergunta polêmica, e foi o tema de uma das palestras mais controversas que assisti nos meus dias de SXSW.
Ministrado por quatro mulheres de origens culturais diversas, o intuito desse painel foi discutir a relação da tecnologia com nossa vida sexual. Mais especificamente, como a aproximação de ambos afetou a percepção existente sobre sexo e masturbação em diversas culturas.
A palestra contou com a apresentação de dados levantados pela VISIONGRAPH Inc. sobre as transformações dos hábitos sexuais das pessoas nos últimos anos. Segundo a pesquisa, a população jovem têm demonstrado mais afeto por meio de gestos não-sexuais, enquanto que a prática de masturbação com uso de sex toys tem se tornado cada vez mais comum.
Em meio a esses dados, uma coisa se tornou bem clara: a tecnologia está revolucionando a forma como nos relacionamos intimamente. O que as palestrantes tentaram demonstrar é que essa mudança também traz aspectos positivos.
Dentre as ferramentas criadas para a inclusão de atividades sexuais no âmbito virtual, foi destacado o Imagine VR. Criado por uma mulher, a experiência em realidade virtual é pensada para ajudar pessoas com problemas psicológicos, ou traumas relacionados ao desejo. Do meu ponto de vista, a ferramenta parece ser muito bacana no que tange garantir inclusão e auxílio a pessoas vítimas de violência.
No fim da palestra percebi que em momento algum foi mencionado iniciativas relacionadas a pessoas da terceira idade. Fiquei me perguntando até que ponto a inclusão deste grupo social foi pensada nesta evolução íntima-tecnológica e como ela poderia se desdobrar.
Além disso, estou até agora refletindo sobre consentimento nesses ambientes virtuais – estaríamos mais, ou menos seguras?