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20 de outubro de 2022

A luta pela diversidade começa quando você entende como que você faz parte dela.

Ultimamente eu ando muito nostálgica.

E como quinta-feira é dia de #tbt, decidi usar a nostalgia pro bem e relembrar minha experiência na Kellogg School of Management, em Chicago, para compartilhar os principais insights que tive em 4 dias do curso que fiz lá.

Pra quem não sabe, desde criança eu tinha o sonho de estudar em uma das 10 maiores universidades dos Estados Unidos. Depois de uns 20 anos, e graças a maravilhosa parceria que eu fechei com a United Airlines, tornando isso tudo possível, enfim realizei o sonho de longa data em Junho desse ano.

Embarcando direto no voo São Paulo-Chicago (obrigada United por oferecer essa linha direta e prevenir uma volta ao mundo desnecessária), só restava monitorar todas as informações da viagem via app da companhia, e curtir um pouco daquele friozinho da expectativa, típico quando você está prestes a vivenciar um momento marcante.

Chegando na Northwestern University, eu entrei de cabeça na experiência: primeiro eu refleti muito sobre mim, o que eu tenho, meus preconceitos e como eu os trago para a superfície. Depois, passei a questionar muito mais a minha estratégia e motivação para fazer o que eu faço, do que de fato o poder de fogo que eu tenho.

DIA 1 – Focando na Mente do Líder

No primeiro dia de curso da Beyond Diversity – Executive Strategies for Constructive Disruption, tivemos uma fala de abertura sobre a teoria trazida pelo Daniel Goleman, psicólogo e jornalista, autor do bestseller internacional Inteligência Emocional, em que ele fala sobre os três tipos de foco que líderes precisam se atentar.

A imagem aqui embaixo sintetiza bem a teoria:

Dessa abertura, veio um papo muito bacana sobre legado. Qual que queremos deixar, e também quais que não queremos.

Minha professora do primeiro dia, Brooke Vuckovic, por exemplo, falou muito sobre a relação dela com as telas e os filhos dela: ela não queria que o relacionamento com eles fosse só por videochamadas, por isso abriu mão de dar aulas no verão para ter mais tempo com eles.

Já para mim, me peguei lembrando da vez que recebi um feedback de um colega sobre eu ficar  mexendo no celular em reuniões. Na hora que ouvi isso fiquei pistola, claro, mas hoje eu entendo que ele tava certo e tento ao máximo me policiar e fazer presente, mesmo sabendo que tô longe de ser perfeita.

Por isso, finalizei o primeiro dia de curso tomando essas notas para mim mesma:

Sobre os estímulos externos que não temos controle, mas podemos ultrapassá-los:

– Faça uma pausa de 15 min a cada 1h30 (coloque na sua agenda quando possível para de fato executar);
– Beba água/coma entre pausas;
– Levante da frente do computador e se mexa;
– Saia pra rua pra ver um solzinho;
– Feche os olhos;
– E se conecte com as pessoas deixando o celular na gaveta/modo avião;

DIA 2 – Criando Culturas Inclusivas para Conversas Corajosas

Já no segundo dia de curso, pensamos sobre estratégias baseadas em evidências para melhorar a diversidade em uma organização. Dos insights que surgiram, esses foram os pontos principais que notamos que precisam ser considerados:

1. Preparar-se para reações negativas;
2. Facilitar o contato entre grupos, mas também criando espaços dedicados para grupos sub-representados;
3. Entender que mensagens importam, mas ações importam mais;
4. Tratar a diversidade como qualquer outro objetivo organizacional;
5. Que não tem como melhorar aquilo que não se mede;
6. E no fim, nada disso é fácil. Mas tudo bem;

Concordam com eles?

DIA 3 –  Inclusão começa com I

E por último, encerrando a parte mais didática do curso (isso porque o quarto dia foi total prático, e eu não tomei notas 😬), no terceiro dia conversamos sobre como é preciso olhar para si para se conectar de verdade com a causa.

Primeiro respondemos às perguntas:

– Qual a sua primeira memória de se sentir diferente/unica?
– Você consegue se lembrar de alguma ocasião que foi excluído?
– Entre o melhor candidato e o candidato diverso, qual você escolhe?
– Além do pensamento de quando você foi excluido, quando você excluiu alguém?

Para depois entendermos que um profissional de DEI (diversidade, equidade e inclusão) precisa ser uma espécie de Dumbledore da jornada de DEI – uma espécie de guia e referência para que todos façam parte da mudança.

Se você não tem por onde começar, comece pela história pessoal para conectar. A maioria dos profissionais tem uma conexão pessoal com o porquê da causa.

E o comprometimento com D&I de grandes executivos normalmente vem do entendimento deles do que é ser um outsider. O meu próprio comprometimento com diversidade, por exemplo, é baseado na minha própria vivência e no que eu vivi e vivo dentro do ambiente de trabalho.

Por isso que quando você se conecta a um nível pessoal, maiores são as chances de engajar mais pessoas.

Foram poucos dias de curso, mas sinto que a imersão foi intensa e produtiva dentro do que acredito e quero construir. E acredito que isso se constrói não só em cursos, mas em eventos, palestras, networking, e todo tipo de espaço que você se insere com a intenção de aprender e crescer ainda mais.

E se vocês gostam desse tipo de conteúdo, e querem saber mais como se organizar pra esse tipo de oportunidade, que envolve viagem internacional, planejamento e organização, fiquem de olho na news que ainda esse mês vai rolar post por aqui recheado de dicas 👀

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